dezembro 20, 2011

Inutilidade externa

Se eu pudesse seguir sua melodia, nadaria pela sua partitura em busca de um lar. Eu engoliria minhas lágrimas para que você não ouvisse o seu tilintar ao chão. Não deixaria que te machucassem, mesmo sabendo que o seu maior carrasco sou eu. Eu jamais tocaria em seu coração, pois sou incapaz de lhe trazer sorrisos e afeto sem arrancar um pedaço de ti.
Se eu pudesse me afastar de seus olhos, eu o faria. Não lhe incomodaria mais com o som da minha voz esganiçada; não te chamaria mais de amigo, e lhe pouparia da minha companhia.
Se eu conseguisse ser mais forte, boa o suficiente, eu te deixaria livre para voar pelas alamedas a fora. Livre para buscar sonhos e ouro. Livre para ser feliz.
E eu mergulharia no mais fundo dos mares, nadando em busca dos pedaços do meu coração.

novembro 16, 2011

Celestial aos versos

Dou-te a morte para brincar de Deus
Dou-te a morte para vingar-me de meus erros banais
Dou-te a morte para que sofras pelo escárnio alheio
Dou-te a morte para que derrames lágrimas secas

Dou-te a morte para que desapareças de minha mente
Dou-te a morte para que sofras da injúria, do medo, e do abandono
Dou-te a morte para que meu sorriso seja mais limpo e mais vendido
Dou-te a morte pelos anos que se foram, e os que hão de vir

Dou-te a morte pelo simples ato de fabricar a dor
Dou-te a morte pelo meu amor que descansa na cova dos injustos
Dou-te a morte pelas minhas notórias decisões de esquecer de ti e lembrar de mim
Dou-te a morte para que o teu silêncio não respire mais

Dou-te a morte para que descanses em paz

outubro 03, 2011

Vencedor

"Você precisa aprender o que é prioridade"


Não há co-relação entre amor e dor. Apenas uma incessante luta por um posto mais alto em seus sentimentos. Se eu tivesse esse poder, escreveria uma carta a Deus, alegando ser injusto que a dor ganhe a maioria das vezes.

Mas, aposto que Deus diria: “É com a dor que você aprenderá a buscar por felicidade, por mim”. E talvez eu fosse entender quando ganhasse mais anos em minha bagagem de memória, quando a dor vencesse mais vezes em mim.

Um conselho bom que dou a mim mesma, é que a dor nem pode vencer sempre, por isso há uma competição entre ela e o amor.

E agora é o momento certo de lutar pelo amor.

setembro 19, 2011

Ligação

Sobrancelhas arqueadas, testa franzida. Olhos exprimidos e aguados. Boca fechada num aperto inconsciente, bochechas vermelhas feito maçã. Afeições rígidas e duras. Coração mole e penetrável. Pensamentos fracos.

Telefone mudo.

Garota fácil.

agosto 12, 2011

Anacrônico

Quando as palavras saem errado e eu sinto minhas mãos atadas. Eu respiro o medo, vejo o ódio, sinto o tremor.
Incoscientemente eu faço coisas que não deveria. Qualquer um faz. É a maneira que encontro de fugir, ou de aprender a errar novamente. Um Universo tão grande e tantas almas perdidas em busca de encontrar algo que as façam feliz.
É um tipo de abstnência insuperável. É um tipo de desespero que queima seus ossos pálidos. E tudo fica lento; o seu coração é o único que pulsa acelerado, mandando sangue ao seu cérebro para que ele consiga encontrar uma solução mais eficaz, mais rápida.
E não funciona. E tudo vai queimando por dentro. O que falta fazer?
O coração e o cérebro insistem que é só por hoje, e que amanhã tudo ficará bem e mais nada nos pertubará. E Eu não posso mais acreditar.
Não vou tomar mais uma dose de mentiras, não.

julho 18, 2011

Platéia Assombrada

- Muito boa noite, senhorita. - Um velho garçom sádico lhe cumprimentava com a aura de quem gosta de meter medo nos convidados. Uma festa muito bem decorada, deveria admitir. Hyuuga Neji tinha sim, um ótimo e belo bom gosto para as especiarias inglesas. Ora, vamos! O quanto ele não deve haver de ter gastado neste baile? Uma pequena fortuna de vinte mil euros? Isso não é nada para um jovem rico, inteligente, esperto... E bonito. Sim, deveria admitir que o Hyuuga lhe causava arrepios quando esbajanva seu esplêndido sorriso meio canto quando percebia que ganharia uma das partidas de xadrez que travavam todas as tardes de sexta-feira.

O salão de festas era todo banhado nas cores douradas, mas os imensos detalhes em escarlate e em preto faziam do local um pouco mais sombrio e excitante. As cores vibravam nas paredes claras, e a música suave e horripilante tocava ao fundo do baile, mais próxima dos casais que se atracavam nos sofás banhados em ouro. Uma erudita festa de Halloween. Nada mais óbvio de que o Hyuuga gostava de impor seu poder aquisitivo em seus bailinhos, sem contar a puro cheiro de luxúria que invadia aquele lugar tão abarrotado de pessoas elegantes e tão sem escrúpulos quanto um mendigo morto de fome.

Não sabia o que fazia ali, não era um lugar onde gostaria de estar. Não haviam ali pessoas com quem gostasse de conversar, de rir ou beber. Havia ali um único e nojento motivo de manter essa fachada de boa moça rica e audaciosa, Neji. Quer um conselho? Nunca faça apostas com um gênio do xadrez. Sorte é algo que não acompanha as moças da Nova Inglaterra. Mas hipocrisia é algo que Tenten se recusava a usar, ao menos em relação a Neji. Era óbvio que mantinha um pequeno tombo pelo galã de Londres, assim como todas as outras moças burras que esperavam pagar o mais alto dote para dormir em sua cama e sentir o prazer mais sujo e delicioso que ele poderia lhes proporcionar com seu corpo esbelto. Sim, ela também gostaria de estar em seus braços, mas não quer dizer que iria expor seus desejos ao mesmo, é claro.

- Olhe só, Shizune! A professorinha de história apareceu para dar umas aulinhas dos mortos! - Essa é uma das moças mais burras de Londres, Tayuya. Burra, oportunista e puta. Três palavras que se podem bem descrever uma espécie como a de Tayuya. Não tem um sequer neurônio que funcione bem, mas ela é ótima em matemática. Claro que se deve saber contar bem o dinheiro que rouba dos velhos bêbados com quem passa a noite montada, tentando matá-los de infarto o mais rápido possível depois que lhes conta o número da conta no banco. Ah, ela já deve ter matado uns três! Mas a esperança de que ela morra de overdose pelas drogas que toma é uma das pequenas esperanças que Tenten guarda em seu pequenino coração.

- Geografia, querida. Sou professora de geografia. - Tenten lançou-lhe um curto olhar perverso, até encontrar um espelho a sua frente. Enorme, com as bordas cheias de detalhes em ouro. Cenas de antiga guerra entre troianos e espartanos. Oh, somente Neji teria o atrevimento de mandar esculpir obra tão bela e horripilante como aquela. Lindíssima por sinal. Ao contemplar o espelho, pode reparar o quão bela estava àquela noite. Havia mesmo caprichado! Tudo bem que havia gastado uma pequena fortuna naquele vestido, mas nada que uma boa palestra em Monique não lhe recompensasse! Uma festa de Halloween exigia um pouco mais de vaidade da sua parte, principalmente se fosse na mansão Hyuuga. Estava muito bonita, e lembraria-se de fazer uma nota mental de que vermelho contrasta muito bem com sua pele.

- Não sei o que fazes aqui, Mitsashi. Ninguém lhe convidou! - Shizune era uma verdadeira biscate. A única diferença entre ela e Tayuya, é que já era rica e não precisava roubar os velhos com quem dormia. Shizune é uma das enfermeiras do hospital Josh Staler, o mais caro de toda a Europa. Uma incompetente por sinal. Ainda esta lá porque o pai a ama muito, e paga qualquer valor para que a filha não seja demitida. Óbvio que ela deve ter dormido com uns e outros para chegar aonde chegou, certo?

- Mas é claro que ela foi convidada. - Se já não faltasse estas duas acéfalas, chega o rei da ignorância em pessoa. Uchiha Sasuke, o homem mais idiota que conheço. E ao seu lado, convenhamos que ele seja inocente demais para ser como estes, mas ainda sim bebe como um camelo, Uzumaki Naruto. - Uma moça de tão nobre inteligência não poderia faltar nesta festa, é claro. - Ele estava magnífico esta noite, uma máscara belíssima. Deveria estar seguindo o estouro de O Fantasma da Ópera, estava exatamente igual. Sasuke é ignorante, mas não é burro. Pelo contrário, é muito esperto! Dizem que em suas viagens clandestinas, ele rouba os banqueiros da América, formando sua fortuna de jóias. Muito avarento por declaração de suas ex-namoradas, mas só existe uma mulher a quem ele da todo e qualquer dinheiro, Haruno Sakura. Muitas a matariam para estar em seu lugar, disso não tenha dúvidas.

- Que eu saiba... Oh! Garçom traga-me mais uma dessas, mais forte, por favor! - Naruto era um bom rapaz, mas desde que Hinata se casou, seu mundo caiu. Ela o trocou com tanta arrogância, que o pobre não aguentou. Largou tudo! O trabalho, a vida correta que mantinha apenas para cortejá-la. O homem havia trabalhado tanto, que quando a pediu em casamento, já tinha toda uma fortuna de euros para uma vida toda! Agora ele gasta tudo em festas, bebidas, drogas e sexo. Uma pena, ele não foi capaz de enxergar a felicidade sem a Hyuuga. Ao menos, ele ainda é um bom garoto. - Bom, que eu saiba, foi o próprio Neji quem a convidou!

- Impossível! - Tayuya estava cobiçando um casamento com o Hyuuga há muito tempo. Mas como ele não tinha olhos para seus dotes sujos, ela se mantém como pode, não é? Afinal, pagar todas aquelas jóias e vestidos franceses não era fácil para o papai advogado.

- Não é da conta de vocês quem me convidou ou deixou de convidar. Podiam beber mais e parar de cuidar da vida alheia, não? Com licença. - A mania de ser estourada não lhe escapava nem na sala de aula. Shikamaru dizia que Tenten sofria de um sério problema de falta de diversão, por isso era tão amarga e brava dessa maneira. Viver em constante luto por uma morte inexistente era inadequado para uma mocinha inglesa. Ora vamos, já havia passado da idade de guardar dotes para casamentos!

Seu estômago revirava enquanto seguia pelo salão. Os ouvidos grudados nas conversas alheias lhe irritavam! Precisava de um pouco de paz e ar puro. Esses amigos de Neji eram insuportáveis, e ele sabia disso. Sabia que ela odiaria ficar ali, por isso a fizera apostar tal grandeza. Só teria de ficar até a meia noite, já eram dez e meia, faltava pouco. Seus olhos circulavam pelo salão, tal era a baixaria ali contida que mal conseguia respirar sem sentir o cheiro de cigarros e álcool. Os gemidos baixos das safadezas escondidas por trás das cortinas, os gritos abafados no sofá eram espantosos. Risadas altas vinham da mesa de pôquer, onde Sasuke começava a tramar seus golpes com cartas marcadas. Naruto bebia dúzias de copos e apostava com todos aqueles que o desafiassem a chegar ao cem! Tayuya estava metida por entre as cortinas, e Shizune procurava seu maço de cigarros pelo tapete chinês. Uma grande nojeira da qual não gostaria de participar. Queria sair dali, pegar o carro e dirigir até sua casa, onde poderia respirar um ar limpo e ler um de seus mais preciosos documentários geológicos.

- Procurando uma saída, Tenten? - A voz era inconfundível até mesmo no mais irreconhecível que estivesse. Pôde virar-se e contemplar a elegância e beleza que continham em um ser chamado Neji. Estava belíssimo. Muito bem arrumado, os cabelos lisos caindo em seus ombros. Que bela imagem para se admirar! Ele nunca havia dito seu nome, e tal era a doçura em sua voz que mal pode acreditar! Estava tão apaixonada que sentia as borboletas em seu estômago esvoaçarem. - Ainda são onze horas, fique tranquila, há muito que se ver por aqui ainda. - O sorriso perverso que a fazia delirar esboçou em sua face. Oh, como ele era sedutor! Impossível não cair a seus pés.

- Não estou procurando uma saída, mas nunca desejei tanto sair de uma festa. - Tentou ser o mais gélida possível, uma verdadeira farsa, pois estava louca para que ele continuasse ali, falando com ela.

Passou despercebido por Tenten, mas uma pequena pontada de decepção esfaqueou a face do Hyuuga, destruindo sua imperceptível alegria de ver a professora de geografia em sua casa.

- Imagino que a presença de meus amigos não lhe tenha agradado, certo? Considerável, sendo que às vezes até a mim não agrada... - Ele abriu as grandes postas que levavam a uma enorme sacada, onde a decoração infantil do Halloween estava. Pequenas abóboras feiosas, doces espalhados pelas faixas negras que cobriam o corrimão. Sinceramente, a parte mais bonita da festa estava ali. Neji fez um curto sinal de que Tenten o seguisse, e fechou as portas novamente. Talvez fosse uma maneira de impedir que algum amigo bêbado ou extasiado aparecesse por ali, ou não.

- Se não gosta disso, por que convive com eles, Neji? - Ela o seguiu, o fuzilando com os olhos castanhos, cheios de dúvidas e certezas, prontos para atirar assim que ele lhe desse uma resposta fugitiva.

Ele apoio os braços na sacada, manteve por alguns segundos o olhar singelo para a brilhante Londres lá fora. Depois admirou Tenten, e com uma voz rouca e gentil cuspiu uma frase assustadora aos ouvidos da Mitsashi:

- Como você está bonita hoje.

Sim, ela foi desarmada da maneira mais baixa possível. Uma bandeira branca de instalou pela guerra de conflitos que se abalavam dentro da mente e do coração de Tenten. Neji era um ótimo inimigo, e ela gostaria mesmo que ele lhe servisse de aliado. Mas soltar uma bomba dessas era covardia até mesmo para a Rainha da Espanha! Oh céus, seu coração estava disparado! Estava perplexa com a curta frase do Hyuuga, que lhe fez liberar o mais puro e dócil sentimento traiçoeiro que uma mulher poderia sentir: Esperança.

- Não sabia que tinha medo de elogios, Mitsashi. - Com um curto riso ao final destas palavras, ele fez com que a paz caísse e a guerra se levantasse novamente na mente da professora.

- Medo? Por que eu teria medo de estar bonita, Hyuuga?! - As mãos apertaram algo inexistente por dentro dos dedos, deixando a ainda mais vermelha de ódio.

- Também não entendo, mas seu olhar assustado a denunciou, minha cara. - Cada vez mais próximo, a pobre Tenten não percebia a sintonia de movimentos contidos em tal cena de romance.

- Pois bem, então seu prazo acaba aqui, Watson! - Ela sabia que ele odiava ser taxado de companheiro do gênio, e não o gênio. Escarlate de raiva, ela segurou o vestido e seguiu em direção a porta, pronta para por a mão na maçaneta e terminar sua festa antes da meia noite, e passar o resto de sua vida enfurnada em livros e documentários, para sempre.

Por mais difícil que fosse, ele não podia hesitar. Não poderia nem sequer cogitar em não segurá-la. Esperava por aquela noite a meses! Havia planejado tudo! A festa, a aposta, e agora colocaria tudo em perda por culpa de um mero orgulho? Era terrível admitir, e talvez jamais pronunciasse tais palavras na frente dela, mas ele a amava. A deseja como nenhuma outra mulher, a pediria em casamento e acertaria toda a sua vida de mulherengo se pudesse desposá-la. Tão maravilhosa, não havia perfeição que se comparasse a ela. Mas o orgulho ferido de um homem apaixonado o torna um garotinho inexperiente de dez anos. Correu em passos pesados até a porta e prendeu com a mão. Sentiu que o vidro iria estilhaçar, mas segurou o pulso da dama com firmeza antes de arrastá-la até a ponta da sacada.

- Mas o que deu em você... - As palavras rudes da dama foram silenciadas por um beijo cálido que enlaçou dois corações em um só. A mão pesada sobre o pulso da jovem foi afrouxando até virar um singelo carinho com o dedão. As línguas brincavam, e o beijo parecia durar uma eternidade dentro de um minuto. Uma sensação deliciosa e deslumbrante passava pela cabeça do recém casal. Será que esse romance duraria enfrente aos amigos dele? Aos familiares dela? Nada mais justo do que pagar para ver, certo?

Eles se desgrudaram, e com um sorriso malicioso ela o agarrou pelo pescoço. É claro que ele correspondeu, enquanto rezava para que Tayuya não entrasse em seu quarto, e não roubasse a simples caixinha de anéis de compromisso que havia deixado em cima da mesa de cabeceira.


“Quem é você, que procura na morte silenciar sua existência diante de uma platéia assombrada? Nós dois somos diferentes. Somos ignorantes, mas eu sei que sou um. Você parou de procurar o seu quem sou eu." (Augusto Cury).

julho 13, 2011

Nascer do Sol, Crepúsculo, Lua minguante.

Nascer do Sol

Renasce a vida, o sujeito, o indivíduo ao acaso. Nasce eu, de novo e de novo. Revivendo os dias de glória, chorando, rindo, sonhando. A vida releva todos os bons e os maus, e nos ensina que só vale a pena se te faz feliz. Me faz feliz, te faz feliz? A vida é, em palavras bem explicadas, uma turbulências de pensamentos, sonhos, e sentimentos. E disso se pode tirar a experiência, que vem da vivência.

Crepúsculo

Um dia aprendemos que existe dor, mas que elas cicatrizam depois de um tempo. Tempo que não demora. Ele vem rápido, como num piscar de olhos. Você pisca, passam segundos. Pisca, passam minutos. Pisca, passam horas. Pisca, passam dias. Pisca, passam anos.

E passa mesmo.

O tempo estanca todas as feridas, mas é uma máquina de saudade constante. Eu sinto falta de cada ano que passou. Cada momento bom, e até ruim, que consigo me lembrar. O tempo nos faz sofrer, nos faz sorrir. O tempo não é bom, mas vem depressa, rápido demais, ano após ano.

Lua minguante

A noite muitas vezes trás nostalgia. Você revive os bons momentos, pensa no que passou, e decide não pensar mais. Esquece.

O ato de esquecer é realmente o melhor método de não sofrer. Mas é óbviamente o mais inútil. Eu olho a lua, gosto de olhar seu sorriso brilhante. Imagino o quanto quero ser feliz, e andar em harmonia com meus dilemas e problemas.

Chega de pensar, chega de sonhar.

Estamos no ato da escolha, do querer, do viver. Deixa pra lá e vamos sorrir, porque a vida pode não ser justa, mas será infinitamente sua.

julho 09, 2011

Cárcere de alma

Eu estou presa de amor. Fui enlaçada numa armadilha de beijos e carinhos que me levou a perdição. Me entreguei.
Por isso recebi minha sentença de morte. Fui condenada a guilhotina por amar. Sabia que aquilo que se sente é realmente muito pior do que aquilo que se vê? Não vale a pena acreditar em ditados populares.
Estou sofrendo, o meu amor desapareceu.
E mesmo que eu grite, esperneie por ele... Ele não volta. Enlaçou-me em suas armadilhas, e se foi. Deixou-me só, mais uma vez.
Dor de amor é pior das dores. Não basta ser consolado, não existe um curativo. Só dói, dói bastante. Dor que lateja sem parar. E você pensa, pensa no quanto foi tolo em se apaixonar.
Mas valeu a pena, não valeu? Porque querendo ou não, foram os melhores dias de sua vida, e o que você mais deseja é que ele volte.
E a gente sofre mais uma vez, porque alimentamos esperanças o tempo todo de que ele vai voltar. Voltar com seus sorrisos amáveis, seus olhos compreensíveis. Que nunca mais vai te fazer chorar novamente, e vai dizer para todos e principalmente para você o quanto ele te ama.
E você só percebe o quanto esta errada quando enfiam um saco em sua cabeça, estranha ação de piedade enquanto esta a beira de sua morte.
E enquanto as lágrimas frias descem, os soluços não cedem um pouco o de paz. Seu príncipe aparece, assim do nada. Degola todos aqueles que tentaram fazer mal a sua amada, sem nenhuma compaixão! E de sensível ele passa a obsessivo, assassino. E quando enfia a espada no último dos homens maldosos, ele resgata seu grande amor, e a leva para longe dali.
Apavorada, ela já imagina quem pode ser seu salvador. E pensa nas inúmeras noites que quis arrancá-lo de seu pequenino coração com suas mãozinhas. E quando finalmente seus olhos se encontram, seus lábios se tocam e ele pede perdão ao pé de seu ouvido. Você cede novamente, apaixonada novamente.
Mais uma vez você é presa, por um par de ônix causadoras de imensas rebeliões em sua mente e em seu coração.
Mais uma vez você se entrega. Mais uma vez você sofre de amor.
Pode parecer um conto de fadas, mas não passa de ser a mais pura das verdades.

maio 31, 2011

Fracionário

Tudo faz parte de um espaço único. Ele eleva a alma numa equação de momentos insubistítuiveis. Às vezes, o resultado é exato, às vezes é só um decimal com inúmeras dúvidas e centenas de consequências arrasadoras.
É quando vem a subtração e arranca de você tudo o que uma dia foi importante. Depois multiplicam sua dor e decidem que você será para sempre uma letra perdida; uma incógnita num mundo cheio de dedos positivos e risos amarelos.
O que posso fazer diante desta magoa que me consome e engole minhas esperanças já extintas? O que faço para que a felicidade volte a porta de entrada de minha alma? Onde esta o Senhor do tempo, em busca de me ajudar?
Então eu acabo me recordando da adição, e me lembro de somar todas as coisas boas, os momentos de felicidade ao controle do Senhor do tempo e, instantaneamente, vejo que meu pesadelo não passa de uma reflexão bem xula, uma vontade de não perder mais os minutos chorando e passar a viver novamente, ou viver de verdade. Ou apenas andar com minhas próprias pernas e, dividir as dores na chave da compreenção, e finalmente assim perceber que a fração não é tão ruim.

maio 06, 2011

Obliviate

A sociedade diz que o ódio é um sentimento que causa repulsa, e não deve ser formado dentro de nossas almas. Eu sinto ódio. Sinto meu sangue ferver por debaixo de minha pele; sinto vontade de gritar, chorar, até mesmo matar. Nem mesmo o mais puro dos sentimentos pode vencer a dor que o ódio nos causa. Uma reação tão profunda, que nem ao menos me atrevo a pensar nas consequências.
Então depois do ódio, vem as tão desesperadoras lágrimas, a calmaria que se espalha por cada centímetro do seu corpo. Dominando cada olhar, entrelaçando cada fio de cabelo, formando sua barreira forte e branca por cima dos destroços causados pela negritude da dor.
Assim vem, no mais quieto dos passos, a tristeza. Tão silenciosa e esperta, tomando seu coração numa fração de segundo, trazendo todas as lembranças mais terríveis. Aquelas que você se esforça ao máximo para esquecer, para destruir. Sorrateira, ela te marca com sua fala baixa, seus olhos lacrimejados, sua boca tremida. Ela leva de você toda a sua felicidade, sugando sua razão de viver como se nada mais lhe fosse útil. Leva consigo a sua paz, seus sorrisos, sua alma. Ela te entrega um presente azul, com a marca da lágrima mais salgada que alguém já derramou. E quando você abre seu presente vazio, percebe o que ele realmente simboliza... Solidão.

abril 25, 2011

Cigarettes and Chocolate Milk

Vicio é um pequeno adjetivo para a necessidade excessiva. Um tipo de necessidade extrema, de que a falta daquilo em que se esta viciado cause sua morte. Vicios sem fim... Eles causam dores tão poderosas no mais íntimo de nossas almas. O que cabe a um ser tão inteligente quanto o humano, se tornar tão frágil e submisso a ponto de viver por uma necessidade excessiva? Diga-me! Não há respostas, nem ao menos eu posso responder, porque sofro de um. Talvez o pior deles estaja comigo... Viciar em um amor sem motivos, um amor tão inocente, ingênuo. Seria eu submissa ao amor?

Não, ao amor não. A aquele que roubou-lhe o coração? Ah, a esse sim.

Mas o amor não é dele? O que há de diferente? Apenas sei que preciso tanto dele... Do amor, é claro. Preciso inalar seu perfume tão cortante, preciso ser enconberta por seus abraços tão quentes, preciso sentir o doce gosto de seus lábios... E talvez eu também precise sentir o vento acariciar meu rosto enquanto me observa.
Talvez eu realmente precise ver sua pele morena brilhar contra o Sol. Talvez eu necessite ouvir sua grossa voz agradar meus ouvidos com suas tão inocentes palavras de amor, juras inacabáveis e cheias de uma sinceridade extrema, amável demais para ser sincera talvez.

Quantos talvez não? Que tal começar pelas certezas?

Não existe certeza no amor, apenas aquilo que podemos chamar de presente. Eu aprecio tanto este amor, que gostaria de vivê-lo pelo resto de minha vida. Estar apaixonada é o último ato de uma cena que desejamos que nunca tenha um fim, por mais que saibamos que um dia o teatro a caba. Mas pra quê encenar, quando se pode viver?


PS: Para alguém que não merece ler, porque esse alguém não precisa perder seu tempo com um sermão.

abril 15, 2011

A última vez que gasto minhas palavras com você

É quando o piano canta que sinto o silêncio dançar em minha alma. Ele dança da forma mais aplausivel possível, trazendo meus sorrisos de volta a boca, trazendo minhas lágrimas de volta aos olhos, trazendo a música aos meus ouvidos. Eu me comporto diferente, é como se fosse apenas eu, ou aquela que realmente ignoro em meus dias habituais. Mas o que não posso entender é por que teimo tanto em esquecer desse eu quando já não estou mais só? Por que esta que me faz tão bem é esquecida em meus sonhos? Ou em minha alma... Desconfio muito que meu coração não gosta de mim, e que seu maior prazer é sentir meu sofrimento, minha dor sem limites. O que há de mau em mim? Escrevo versos sem sentido, sendo que nem sei recitar... Fico cantarolando letras gentis que depois fogem da minha memória, doces letras escritas para minha alma. Esta é a última vez que gasto minhas palavras com você, Coração.

março 04, 2011

Parabéns para mim

Queria dar os parabéns a mim. Desejos de felicidade e sucesso já não me sastifazem como antes. Presentes, pedidos e abraços falsos não em contentam como antigamente. De que me serve a hipocresia de um "tudo de bom"? Estou enfadada daqueles tios que notam sua presença apenas neste dia célebre, ou nem notam. Não me interessam presentes caros, ou grandes feitos de provas de amor. Não me agradam pessoas exibidas e estéricas tentando fazer-me bem. Na verdade, tudo o que desejo na minha data, que com certeza é a data de milhares de jovens no mundo todo, é o melhor e mais sincero desejo de uma boa trajetória. Eu não quero ter muitos anos de vida, apenas o suficiente para guardar muitas lembranças. Não me apetecem bolos caros e grandiosos, ficaria muito contente se ganhasse uma tortinha de morango! Eu não ligo para viagens, e não tenho vontade de conhecer a Disney. Festas? Somente aquelas onde conheço todas as pessoas presentes, e que seja cheia de bexigas coloridas! Neste dia, gostaria mesmo é de visitar um belo museo em São Paulo, até mesmo a Galeria do Rock. Num dia como esse, posso ouvir e ver milhares de "eu te amo", mas só valem aqueles das pessoas que eu também amo! Eu queria mesmo poder ver sempre as pessoas que eu gosto, não apenas neste dia. Mas, esta carta não é um desabafo sobre aniversários, isso é uma curta critíca a mim. Oras bolas, para que mereço tanto? Tantos amigos queridos, tantos familiares amados... Será que tenho mesmo tanta importância para eles? Minha mãe sempre me disse que depois dos 15, o tempo passa tão rápido que logo você está com 30. Não imagino que seja nessa violência de tempo, mas concordo com ela. Temos tantas coisas ainda para fazer, que ainda não percebi que já estou fazendo 15 anos. Uau! Essa é a idade mais aclamada por qualquer garota! A idade em que os homens, os adultos, as crianças te olham de uma nova forma. Uma travessia de menina, para mulher... Grande coisa. O máximo que vejo neste tão esperado "trajeto" é o mundo caindo em suas costas. Não podemos estudar muito, porque se não estamos loucas. Não podemos namorar, porque somos muito jovens e imaturas. Não podemos escolher nossos amigos, porque eles podem ser má influência! Já me cansei desse aniversário idiota! Que droga de desejo eu tenho para mim? Que alegria mantenho em meu coração para ver algo de bom em ficar mais velha? Perguntas retóricas não devem ser compreendidas por seus ouvintes. Estou farta de fingir ser uma garota normal, ou diferente. O fato é que cansei! Cansei de ser essa menina de agora! Mas de que me adianta mudar? Quais vão ser as vantagens ganhas? Me dê um único e simples motivo. Acho que a culpa é toda minha mesmo. Eu que preciso crescer e parar de pensar nos fatores indisponíveis para explicação. Mas, o que posso desejar a mim? São tantas as minhas perguntas que você já está a fim de parar de ler! Eu queria ter força o suficiente para aguentar meus próprios erros e sobreviver aos pensamentos e atos que me julgam e condenam. Gostaria de ter a coragem de fazer rebeldias e rebeliões, sejam elas por uma causa maior! Queria não temer o próprio medo, pois ele existe. Desejaria a mim mesma um pouco mais de compaixão, um esforço em conseguir sabedoria e conhecimento. Mas acima de qualquer represaria, desejaria a mim mesma um verdadeiro "seja feliz", que incluisse todas as alternativas anteriores! Que não tivesse um delete nunca, e que durasse por uma vida toda! Mas nunca com cópias clandestinas das passadas, e sim com a real vontade de sempre fazer momentos inéditos e cheios de novas alegrias, para que sejam guardados como ótimas lembranças. E daqui dez anos quero poder abrir estar carta, e rir muito das besteiras e revoltas que escrevi aqui, e ver como perdi meu tempo. E sentir falta, e dizer a seguinte frase, com as seguintes letrinhas: "Caramba, eu era feliz e não sabia!" E é isso que quero fazer nesta data, ser muito feliz. Feliz Aniversário para mim.


20-11-2010
Hary assentiu e suspirou. Deixar esse lugar não seria tão difícil quanto fora entrar na Floresta, mas ali era quente, claro e tranquilo, e ele sabia que estaria voltando à dor e ao temor de outras perdas. Ele se ergueu, Dumbledore o acompanhou, e os dois se fitaram demoradamente.
- Me diga uma última coisa - disse Harry. - Isso é real? Ou esteve acontecendo apenas em minha mente?
Dumbledore lhe deu um grande sorriso, e sua voz pareceu alta e forte aos ouvidos de Harry, embora a névoa clara estivesse baixando e ocultando seu vulto.
- Claro que está acontecendo em sua mente, Harry, mas por que isto significaria que não é real?"

(Harry Potter e as Relíquias da Morte, Joanne Kathleen Rowling.)