Nasci de uma fagulha de prazer
cristão
Numa pátria esquecida no seio do
Tártaro
Com o caminho traçado no desapego
da opinião
Um suicida sem causa, rebelde por
adolescência
Marcado pelo riso e pela
descrença
Impróprio de julgamentos, feito
de inocência
Uma vez um sabe nada de sotaque
interiorano
Me disse que não se deve pedir
arrego da vida
E que se Deus atendesse minhas
preces
É porque nem existir ele existia
Nenhum absinto satisfaz um
pernilongo madrugado
Nenhum doce apetece uma criança
salgada
Virei prisioneiro de minha
mortalidade
Fingindo amavelmente uma
vivacidade calorosa
E a fagulha se desfaz num sopro
Fluindo na perdição do vento
Sem deixar saudade, sem deixar
herdeiros
Finalmente suprindo sua necessidade