junho 20, 2012

Voltagem Número 4


Um tremor retumba na terra, e faz o chão se dissipar aos meus pés descalços. Trovões causam problemas similares sobre meus sonhos. Aquele som grave penetra em meus ouvidos, arrepia minha pele e me desgasta, deixa-me desnorteada e precavida de medos e sustos. Apavorada.
Mas alguns segundos antes, uma brancamente azulada ilumina o céu escuro. É tão magnífica que não posso ousar não admira-la. Ela brilha com tão majestosa, tão poderosa que nem ao menos nos causa inferioridade. A admissão do poder é um defeito fatal para os humanos, que caem na tentação de dominar, de possuir, de brilhar como os raios na escuridão da noite.
E sozinha depois da tempestade, é que sinto a paz fluir sobre meus nervos antes ouriçados. Quando o medo voltar a retumbar em meus ouvidos, lembrar-me-ei de procurar pela luz perdida no paraíso. 

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