Um tremor
retumba na terra, e faz o chão se dissipar aos meus pés descalços. Trovões
causam problemas similares sobre meus sonhos. Aquele som grave penetra em meus
ouvidos, arrepia minha pele e me desgasta, deixa-me desnorteada e precavida de
medos e sustos. Apavorada.
Mas alguns
segundos antes, uma brancamente azulada ilumina o céu escuro. É tão magnífica
que não posso ousar não admira-la. Ela brilha com tão majestosa, tão poderosa
que nem ao menos nos causa inferioridade. A admissão do poder é um defeito
fatal para os humanos, que caem na tentação de dominar, de possuir, de brilhar
como os raios na escuridão da noite.
E sozinha
depois da tempestade, é que sinto a paz fluir sobre meus nervos antes
ouriçados. Quando o medo voltar a retumbar em meus ouvidos, lembrar-me-ei de
procurar pela luz perdida no paraíso.
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