junho 26, 2012

Sentimental


Ontem contei as estrelas que pude vislumbrar no céu azul. No resplandecer de seus diamantes, lembrei-me das vezes que namorei, e sonhei cair num mar de escuridão noturna, vivendo um romance único entre mim e a Lua.
Nosso namoro acabava com o Sol nascendo, sequestrando minha Lua e seus diamantes sorridentes. Os dias se arrastavam, e quando por fim a noite surgia, lá estava ela a me enamorar. “Oh, Lua querida, casa-te comigo?” foi o que pedi a meu anjo lunar, e ela jamais se pôs a pensar em nós, em vós ou em “moi”.
Hoje contei às estrelas que o filme já não mais me encantava. A depressão de minhas lágrimas congeladas já não era mais expressa em minha voz ou em meu olhar. Minha amada fugiu de minha casa. Ofereci-lhe a vida, e ela me concedeu a chuva destemida.  O nublado do céu, a culpa dos réus, a injúria que rasga meu véu.
Amanhã contarei as estrelas, e elas me ensinaram que não posso amar um alguém que nunca esta presente, que não é inconsequente, que não vive o de repente.  Elas serão minhas irmãs, e farão do meu coração sentimental, um latrocínio descomunal. 

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