setembro 01, 2012

Os pêsames de um prisioneiro


A vida faz de mim um morto. Como, bebo, durmo. Como todos os outros seres normais. Porém, a comida já não me apetece. A bebida não me satisfaz, e, eu já não sinto mais o sono pesar nas pálpebras.
Sou morto. Prisioneiro da própria demência. Vago por labirintos de pensamentos impuros de jovens donzelas desnudas das quais jamais vi ou compreendi o porque de balançarem o corpo freneticamente, numa dança descompassada de prazer doentio.
Estou morto. Prisioneiro do sentimentalismo oculto. Arrastado pelos cantos, murmurando o nome daquele que não recordo a face. Face... Murmuro vinganças sanguinárias. Planejo torturas enegrecidas pelo gozo das imagens que projetam em minha mente. Subestimo a minha covardia.
Desejo a morte. Prisioneiro dos dias que não passam. Da loucura que abate um velho desmazelado, que gira em torno de si próprio. Estou brincando de rodar... Até cair. 

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